sábado, 19 de janeiro de 2008

Abelhas polinizadoras podem ter proteção especial

Projeto - 18/01/2008 11h18

A Câmara analisa o Projeto de Lei 1634/07, do deputado João Dado (PDT-SP), que prevê proteção especial a todas as espécies de abelhas polinizadoras. O deputado afirma que essas espécies "prestam um serviço ambiental de conservação da biodiversidade, com reflexos na agricultura, na reprodução da flora e na manutenção ou recomposição de ecossistemas".

A legislação ambiental brasileira considera "espécies especialmente protegidas" aquelas que correm risco de extinção ou sofrem algum tipo de ameaça natural ou antrópica (resultado da intervenção humana no meio ambiente). O deputado adverte que as abelhas polinizadoras correm cada vez mais riscos devido à monocultura, ao uso intensivo de defensivos agrícolas e às queimadas.

Segundo o autor, em algumas áreas do planeta a redução das colônias de abelhas varia de 30% a 70%, o que, em sua avaliação, é um indício de que todas as espécies estão ameaçadas.

João Dado destaca que os cientistas chamam o fenômeno responsável pela redução das populações de abelhas de "colony collapse disorder" (desordem de colapso da colônia). "A drástica redução das colônias pode trazer prejuízos para a biodiversidade, a agricultura, a indústria e o comércio de produtos derivados do pólen e do mel, como geléia real e própolis", enfatiza.

Banco de dados
O projeto obriga os apicultores a fornecer dados necessários para alimentar continuamente um banco de dados sobre a dinâmica populacional das abelhas polinizadoras. O banco de dados deverá ser mantido por órgão da administração pública federal, que tornará disponível ao público as informações sobre oscilação, crescimento ou redução populacional das espécies.

Pela proposta, caberá ao poder público fazer campanhas de esclarecimento à sociedade em casos de diminuição expressiva das abelhas polinizadoras.

O projeto também triplica a pena atual para quem cometer crime contra a fauna, quando esse crime for praticado contra espécie declarada como especialmente protegida. Atualmente, a pena é de detenção de seis meses a 1 ano e multa.

Segundo a proposta, a pena será aumentada de 1/6 a 1/3 se o crime for cometido contra espécies das quais dependa uma outra espécie da fauna silvestre declarada como especialmente protegida.

Fecundação
A polinização é um fenômeno natural que permite a reprodução de várias espécies da flora. O pólen das flores contém material genético que permite a fecundação e a posterior transformação das flores em frutos, resultado da união entre os gametas masculinos e femininos.

A polinização também é realizada pelo vento, pela água e por outras espécies da fauna silvestre como pássaros, besouros, moscas, vespas, borboletas e morcegos, mas existem plantas que dependem diretamente das abelhas para produzir frutos, como castanha-do-pará, guaraná, açaí, cupuaçu, caju e maracujá.

No Brasil, existem cerca de 3 mil espécies catalogadas de abelhas polinizadoras. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), aproximadamente 73% das espécies vegetais cultivadas no mundo são polinizadas por alguma espécie de abelha. O mercado de espécies que dependem de polinização movimenta cerca de 54 bilhões de dólares (R$ 97,2 bilhões) por ano.

Por essas razões, o deputado considera essencial a proteção das abelhas, para evitar a extinção delas e os conseqüentes prejuízos à biodiversidade e à produção de alimentos e remédios.

O projeto altera as leis 5.197/67 (que garante proteção às espécies ameaçadas de extinção) e 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais).

Tramitação
O projeto será analisado pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Posteriormente, seguirá para votação pelo Plenário.

Íntegra da proposta:
- PL-1634/2007

Reportagem - Antonio Barros
Edição - Pierre Triboli

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O Colapso das Colônias


Artigo - Fernando Gabeira

Folha de S. Paulo

5/5/2007



AS ABELHAS estão desaparecendo de forma misteriosa nos EUA e na Europa. O fenômeno chegou ao Brasil, a julgar pela denúncia de apicultores do sul de Minas.
O nome científico dessa desaparição já tem uma sigla em inglês: ccd, colony colapse disorder. Os cientistas começam a buscar o mundo político para transmitir sua preocupação. Dizem que Hilary Clinton foi sensibilizada pelo tema e vai abordá-lo, como senadora ou candidata.
Na visão de Einstein, se as abelhas desaparecerem, o mundo dos homens vai acabar em pouco tempo. Pode ter exagerado na sua afirmação. Ou mesmo se equivocado, ele que, no final da vida, foi vencido pela física quântica.
Mas, se houve exagero em sua afirmação, a raiz pode ser a mesma de suas batalhas com as visões mecânicas da desordem. Einstein achava o mundo complexo e delicado, uma engenhosa obra divina. Tudo tinha sua razão de ser, e a tarefa humana era a de desvendar, através da pesquisa e do estudo científico, os desígnios do Criador.
Uma de suas mais famosas frases ecoa até hoje: Deus não joga dados.
O exame dos ecossistemas mostra que Einstein tem razão quando vê uma construção delicada e engenhosa, com todos os elementos em inter-relação. Criados ou não pela mão divina, os ecossistemas, na sua interdependência, são o que há de mais próximo da visão que o cientista tinha do universo.
Em artigo publicado em 2005, a pesquisadora brasileira Fábia de Mello Pereira destacava o perigo do ataque humano às abelhas sem ferrão das tribos meloponini e trigonini. Segundo ela, essas espécies, dependendo do bioma, são responsáveis pela polinização de até 90% das plantas nativas do Brasil.
Naquele momento, o problema era a retirada das abelhas de seu habitat, na base da derrubada de árvores e transporte inadequado.
Ou mesmo a tentativa de implantar as abelhas sem ferrão em lugares inadequados para seu desenvolvimento. Temos até uma disciplina oficial para retirar e criar abelhas, com uma resolução do Conama. Mas o fenômeno que está surgindo no exterior e alcança o Brasil é de uma nova qualidade.
Enquanto sabíamos o que destruía as colônias, era possível resistir. Agora não há ainda explicações. Dos agrotóxicos às ondas dos telefones celulares, tudo é pesquisado. Será preciso também, além da ciência e das leis, um grande trabalho educativo para preservar as abelhas. Provisoriamente, poderíamos começar por onde Einstein terminou, acreditando que, no caso delas, Deus não joga dados.

Ambiente: O mistério do desaparecimento das abelhas

Vancouver, 12/09/2007(IPS) - No ano passado as abelhas produtoras de mel morreram na América do Norte em quantidades sem precedentes. Até este mês, ninguém parecia capaz de demonstrar qual pode ser o motivo.


O que se chama “desordem do colapso de colônias” pode devastar uma colônia de abelhas em questão de semanas. Estes insetos voam para colher o pólen, mas nunca regressam ou, simplesmente, enfraquecem e morrem nas colméias. Além dos efeitos maiores na cadeia alimentícia, as implicações econômicas destas mortes são imediatas, porque as abelhas são essenciais para a polinização de cultivos no valor de dezenas de bilhões de dólares na América do Norte. Cientistas da Universidade do Estado da Pensilvânia disseram ter encontrado uma ligação entre o Vírus Israelense da Paralisia Aguda e a desordem do colapso de colônias.

Em convocação para uma conferência na semana passada, os pesquisadores disseram que o vírus, junto com outros fatores estressantes, é a provável causa da desordem, que já causou a perda de 50% a 90% das colônias de abelhas da América do Norte. Foi descoberto em Israel em 2004, mesmo ano em que os Estados Unidos importaram abelhas australianas. A desordem do colapso de colônias também foi observada na Polônia, Grécia, Itália, Portugal e Espanha, e informes não verificados surgiram na suíça e Alemanha. Também foram registrados casos no Brasil e na Índia.

David Hackenburg, apicultor que vive perto da baía de Tampa, no Estado da Flórida, perdeu quase duas mil de suas três mil colméias em questão de semanas no inverno boreal passado. Desde então apresenta o caso a pesquisadores universitários, burocratas de agências estatais e políticos eleitos. Hackenburg disse a vários meios de comunicação que novos pesticidas sintéticos elaborados com base na nicotina e conhecidos como neonicotinóides, ou neonics, são o principal fator que contribui para esta situação. Alguns pesquisadores disseram as IPS que novos estudos incluirão estes pesticidas como possíveis causas. Organizações ambientalistas, como o Sierra Club, também acreditam que os alimentos geneticamente modificados podem estar influindo. Um estudo britânico mais extenso concluiu que cultivos geneticamente modificados combinados com poderosos produtos químicos são prejudiciais para abelhas, borboletas e pássaros.

Pesquisadores do Departamento de Agricultura da Pennsylvania e de outros Estados norte-americanos realizam testes com base em dados geográficos para compreender a magnitude do problema e constatar se há ligação com a desordem do colapso de colônias. Porém, outros cientistas alegam que existe pouca evidência de que a toxina Bacillus thuringiensis, produzida por cultivos geneticamente modificados, seja uma das causas das mortes em massa de abelhas. Segundo o Science Daily, uma equipe de cientistas do Centro Químico Biológico Edgewood e da Universidade da Califórnia, em São Francisco, identificaram um vírus e um parasita que são prováveis culpados pelas recentes mortes. Somente na semana passada o Grupo de Trabalho sobre o Colapso das Colônias, da Universidade do Estado da Pennsylvania apresentou conclusões claras sobre quais podem ser as causas.

Em julho de 2007, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgou um plano de ação sobre a desordem do colapso de colônias que declara: “A estratégia atual para abordar este mal envolve quatro componentes principais. 1) pesquisas e coleta de dados, 2) análise de amostras, 3) pesquisas guiadas por hipóteses e 4) ações preventivas de mitigação”. Mariano Higes, cientista radicado na cidade espanhola de Guadalajara, concluiu que as abelhas européias que sofrem desordem do colapso de colônias são vítimas de fungo Nosema ceranae. A equipe de pesquisadores liderada por Higes estuda esta questão desde 2000 e assim pôde descartar qualquer outra causa. Cientistas dos Estados Unidos afirmaram que, embora esse possa ser um fator, não é o único a gerar a desordem.

Eric Mussen, especialista em apicultura da Universidade Davis, da Califórnia, acredita que pequenas variações no estado do tempo causadas pela mudança climática podem afetar a água, o néctar e o pólen dos quais as abelhas dependem. Mussen também alega que as abelhas têm muitos vírus, mas são seus sistemas imunológicos debilitados que as tornam susceptíveis à morte. Os primeiros casos vieram a público no final de 2006. Desde então, as especulações variam sobre as causas, com uma variada série de teorias que incluem os novos pesticidas, os cultivos geneticamente modificados, os produtos agrícolas, a mudança climática, os vírus e os telefones celulares.

Calcula-se que nos anos 40 existiam na América do Norte cinco milhões de colônias de abelhas administradas. Agora há apenas cerca de dois milhões. As condições climáticas adversas e os furacões também contribuíram para grandes perdas de colônias de abelhas nos últimos anos. Por exemplo, a temporada de amêndoas começa em fevereiro para as abelhas. É uma estação fria na América do Norte, o que pode afetar sua resistência. A economia da temporada de amêndoas é particularmente lucrativa para os apicultores. A criação migratória também está muito difundida nos Estados Unidos. Os apicultores ganham mais dinheiro alugando abelhas para a polinização do que com a produção de mel.

Freqüentemente os apicultores trasladam suas colônias para Florida, Texas, Califórnia e outros Estados. A criação migratória de abelhas acontece nos Estados Unidos desde 1908.

A mudança climática também poderia ser um fator de enfraquecimento das abelhas afetando a polinização de cultivos em muitas áreas agrícolas da América do Norte. O valor dos cultivos para os quais as abelhas são as principais polinizadoras é calculado em torno de US$ 15 bilhões nos Estados Unidos. Somente a indústria de amêndoas, que depende da polinização das abelhas, vale US$ 1,5 bilhão. As abelhas produtoras de mel não são nativas da América do Norte. Embora as plantas autóctones possam sobreviver sem elas, a polinização das abelhas é fundamental para cultivar frutas e verduras, como maçã, cereja, tomate, abóbora e muitos outros cultivos.

“Certamente está ocorrendo algo nos Estados Unidos, e é difícil dizer se isso se deve a uma bactéria ou a um fungo. É difícil detectar a causa com os métodos atuais”, explicou à IPS Leonard Foster, professor assistente de bioquímica na Universidade de Columbia Britânica. “Podem ser vários fatores combinados, mas são difíceis de verificar neste momento: mudança climática, antibióticos e uso de pesticidas onde as abelhas possam posar. Temos vários antecedentes históricos mostrando que há flutuações nas colméias a cada sete ou oito anos, as quais são afetadas pelas condições climáticas e pelos rendimentos dos cultivos. Ainda é muito cedo para se tirar conclusões”, acrescentou Foster.

“Nos últimos tempos não temos ouvido muitos casos, já que estamos no verão. As perdas parecem estar associadas com o inverno, pois é o fim natural do ciclo de vida de uma colônia”, disse à IPS Troy Fore, presidente da Federação de Apicultores Norte-americanos. “Fico sabendo pelos apicultores, mas muitos foram prejudicados no começo do ano. As colônias afetadas não são tão produtiva. Porém, ainda não temos uma arma fumegante”, concluiu.

* Este artigo é parte de uma série sobre desenvolvimento sustentável produzida em conjunto pela IPS (Inter Press Service) e IFEJ (siglas em inglês de Federação Internacional de Jornalistas Ambientais). (FIN/2007)

domingo, 14 de outubro de 2007

Sumiço de abelhas nos EUA e na Alemanha preocupa apicultores brasileiros

Mônica Pinto / AmbienteBrasil

Recentemente, duas notícias, vindas de dois países diferentes, deixaram a comunidade apícola preocupada.

Nos Estados Unidos, o misterioso desaparecimento de milhões de abelhas chegou até ao Congresso norte-americano, que debateu a situação do inseto, tido como essencial para o setor agrícola.

Conforme registrou a Agência EFE, o mais curioso no fenômeno é que, em muitos casos, não são encontrados "restos mortais" das abelhas. “Historicamente, quando algo afeta os enxames, há muitos insetos mortos", afirmou à Agência May Berenbaum, professora de entomologia da Universidade de Illinois. Outro mistério é que as abelhas operárias fogem deixando para trás a rainha, um comportamento totalmente atípico na espécie.

Ainda segundo a EFE, os primeiros sinais desse problema surgiram pouco depois do Natal, na Flórida, quando os apicultores perceberam que muitas abelhas haviam desaparecido. Desde então, a síndrome que os especialistas batizaram como Problema do Colapso das Colônias (CCD) reduziu em 25% os enxames do país.

"Perdemos mais de meio milhão de colônias, com uma população de cerca de 50 mil abelhas", disse Daniel Weaver, presidente da Federação de Apicultores dos Estados Unidos. Segundo ele, o problema atinge 30 dos 50 estados americanos.

Em outro continente, a revista Der Spiegel, uma das melhores conceituadas na Alemanha, publicou uma reportagem com o sugestivo título de Colapso das colônias - Será que plantações de transgênicos estão matando as abelhas?. E traz como chamada o seguinte texto: “Uma dizimação misteriosa das populações de abelhas preocupa os apicultores alemães, enquanto um fenômeno semelhante nos EUA está assumindo gradualmente proporções catastróficas”

A reportagem alemã ouviu o vice-presidente da Associação Européia de Apicultores Profissionais e membro do conselho diretor da Associação Alemã de Apicultores, Walter Haefeker, que fez uma advertência grave: "a própria existência da apicultura está em risco".

O problema, disse Haefeker, tem várias causas, uma delas o ácaro Varroa, oriundo da Ásia; e outra, a prática disseminada na agricultura de borrifar as flores silvestres com herbicidas e promover a monocultura. Outra possível causa, segundo Haefeker, é o uso crescente e controverso de engenharia genética na agricultura.

A Der Spiegel parece desdenhar o tom alarmista do entrevistado, lembrando que, em 2005, ele já encerrara um artigo de sua autoria para o jornal "Der Kritischer Agrarbericht" (Relatório Agrícola Crítico) com uma citação de Albert Einstein: "Se a abelha desaparecer da superfície do planeta, então ao homem restariam apenas quatro anos de vida. Com o fim das abelhas, acaba a polinização, acabam as plantas, acabam os animais, acaba o homem".

Mas a revista emenda que “eventos misteriosos nos últimos meses repentinamente fizeram a visão apocalíptica de Einstein parecer mais relevante”. E relata: “Por motivos desconhecidos, as populações de abelhas por toda a Alemanha estão desaparecendo - algo que até o momento está prejudicando apenas os apicultores. Mas a situação é diferente nos Estados Unidos, onde as abelhas estão morrendo em números tão dramáticos que as conseqüências econômicas poderão em breve ser calamitosas. Ninguém sabe o que está causando a morte das abelhas, mas alguns especialistas acreditam que o uso em grande escala de plantas geneticamente modificadas nos Estados Unidos poderia ser um fator”.

Walter Haefeker, o diretor da associação alemã de apicultura, especula que "além de vários outros fatores", o fato de plantas geneticamente modificadas, resistentes a insetos, atualmente serem usadas em 40% das plantações de milho americanas pode ter um papel. O número é muito menor na Alemanha - apenas 0,06% - e a maioria se encontra nos Estados do leste, de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e Brandemburgo.

A Der Spiegel informa ainda que, num artigo em sua seção de negócios no final de fevereiro, o New York Times calculou os prejuízos que a agricultura americana sofreria em caso de dizimação das abelhas. Especialistas da Universidade de Cornell, no interior de Nova York, estimaram o valor que as abelhas geram - polinizando plantas responsáveis por frutas e legumes, amendoeiras e trevos que alimentam animais - em mais de US$ 14 bilhões.

No Brasil – Em uma reunião realizada na sexta-feira 30, 36 apicultores afiliados à Cooperativa Nacional de Apicultura – Conap -, debateram o sumiço das abelhas nos EUA e na Alemanha, assunto tido por eles como “de extrema relevância”.

A entidade, com sede em Minas Gerais, foi fundada há 16 anos e reúne hoje cerca de 300 cooperados, de cinco estados.

Ao fim do encontro, eles admitiram a hipótese dos transgênicos terem relação com o fenômeno. “Pela modificação genética que a planta sofre, pode estar produzindo pólen com algum tipo de alteração, possivelmente tóxico ou produzir um fungo que pode estar matando as abelhas, principalmente se não existirem matas nativas nas regiões onde ocorreram os problemas”, disse a AmbienteBrasil Clélio Vidigal, presidente da Conap.

“O ambiente não se encontra mais preservado, existem monoculturas nas quais são utilizados herbicidas, pesticidas e até hormônios de crescimento ou retardamento e adiantamento de maturação (na fruticultura). As abelhas são super-sensíveis - principalmente se não africanizadas, já que estas são rústicas e resistentes -, há vários doenças aqui no Brasil”, explica.


07/04/2007
Desaparecimento em massa de abelhas nos EUA permanece inexplicável

A inquietação cresce entre os apicultores americanos pelo misterioso desaparecimento de milhões de abelhas nos últimos meses, problema que ameaça a produção nacional de mel e as colheitas que dependem do papel-chave destes insetos na polinização.

Entre 30 e 60% das abelhas sumiram na Califórnia (oeste) e mais de 70% em algumas regiões da costa leste e no Texas (sul). A situação é observada em 24 estados americanos e duas províncias canadenses, segundo estimativas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, na sigla em inglês).

O despovoamento de uma colméia em até 20% durante o inverno é considerado normal, mas os apicultores demonstram preocupação uma vez que as colônias de abelhas domésticas estão em constante diminuição desde 1980 nos Estados Unidos.

Segundo a USDA, atualmente há 2,4 milhões de colméias no país, 25% a menos que em 1980, ao mesmo tempo que o número de apicultores profissionais caiu à metade desde a mesma data.

Sem precedentes - A magnitude deste desaparecimento em massa de abelhas, considerado sem precedentes, levou a associação apícola americana a exigir a ajuda do Congresso em uma audiência recente em Washington.

"Quase 40% das abelhas de minhas 2.000 colônias morreram. Esta é a maior taxa de mortalidade que vi em meus 30 anos de carreira como apicultor", afirmou na semana passada a uma subcomissão agrícola da Câmara de Representantes do Congresso Gene Brandi, presidente da associação de apicultores da Califórnia.

As abelhas domésticas são essenciais para a polinização de mais de 90 tipos de frutas e legumes, cujas colheitas estão avaliadas em 15 bilhões de dólares por ano seis bilhões apenas na Califórnia.

O cultivo de amêndoas neste estado gera dois bilhões de dólares em lucros e depende de 1,4 milhão de abelhas, segundo Brandi.

Colapso das colônias - Diana Cox-Foster, professora de entomologia da Universidade da Pensilvânia, explicou na mesma subcomissão que este novo problema de despovoamento em massa das colméias, batizada de "desordem de colapso de colônias", apresenta sintomas únicos, diferentes dos observados quando acontecem as freqüentes infecções do parasita varroa jacobsoni, que destrói as larvas.

No caso desta desordem, as colônias de abelhas domésticas sãs diminuem repentinamente, deixando poucas ou nenhuma abelha sobrevivente.

As rainhas - uma em cada colméia e que garantem a reprodução - são encontradas com algumas abelhas adultas na presença de uma importante reserva de comida, mas durante esta crise não foram encontradas abelhas mortas no interior das colônias ou suas proximidades.

O fato de outras abelhas ou parasitas demoraram tanto tempo a instalar-se nas colméias que ficam desertas pela desordem aumenta as especulações da presença de um produto químico ou uma toxina, segundo Diana Cox-Foster.

Todas as abelhas encontradas nas colônias devastadas por este misterioso mal estavam infectadas com uma multidão de microorganismos, vários deles responsáveis por doenças vinculadas ao estresse destes insetos.

Os cientistas mencionam a hipótese de existência de um novo patogênico ou um produto químico que afeta o sistema imunológico das abelhas.

Na França se registrou um caso de despovoamento nos anos 90, atribuído a um inseticida posteriormente proibido no país. (France Presse/ Folha Online)

Parte desta reportagem também esta no grupo http://amoranimais.multiply.com/journal/item/57?mark_read=amoranimais:journal:57&replies_read=2 ( muito interessante)

fonte: http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=30437

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O Misterioso Colapso das Abelhas - AmJohal

Boston - No ano passado, as abelhas produtoras de mel morreram na América do Norte em quantidades sem precedentes. Até este mês, ninguém parecia capaz de demonstrar qual podia ser a causa. O que se chama "desordem do colapso de colônias" pode devastar uma colônia de abelhas em questão de semanas. Estes insetos voam para colher pólen, mas nunca regressam ou, simplesmente, se enfraquecem e morrem nas colméias.

Mais além dos efeitos maiores na cadeia alimentícia, as implicações econômicas destas mortes são imediatas, porque as abelhas são essenciais para a polinização de cultivos que custam dezenas de milhões de dólares na América do Norte.

Cientistas da Universidade do Estado da Pensilvânia disseram ter encontrado uma conexão entre o Vírus Israelense da Paralisia Aguda e a desordem do colapso de colônias.

Em convocação para uma conferência na semana passada, os investigadores assinalaram que o vírus, junto com outros fatores estressantes, é a provável causa da desordem, que já gerou a perda de entre 50 e 90% das colônias de abelhas da América do Norte. Foi descoberto em Israel, em 2004, o mesmo ano em que os Estados Unidos importaram abelhas australianas.

A desordem do colapso de colônias também foi observada na Polônia, Grécia, Itália, Portugal e Espanha, e relatórios não verificados apareceram na Suíça e na Alemanha. Também foram registrados casos na Índia e no Brasil.

David Hackenburg, um apicultor que vive cerca da baía de Tampa, no estado norte-americano da Flórida, perdeu quase 2.000 de suas 3.000 colméias em semanas no último inverno boreal. Desde então apresenta o caso aos pesquisadores universitários, burocratas de agências estatais e políticos eleitos.

Hackenburg disse a vários meios de comunicação que novos pesticidas sintéticos elaborados com base na nicotina e conhecidos como neonicotinóides, ou neonics, são o principal fator que contribui para esta situação.

Alguns pesquisadores disseram que novos estudos incluirão estes pesticidas como possíveis causas. Organizações ambientalistas como o Sierra Club também acreditam que os alimentos geneticamente modificados poderiam estar influenciando.

Um estudo britânico mais exaustivo concluiu que cultivos geneticamente modificados combinados com poderosos produtos químicos eram prejudiciais para as abelhas, as borboletas e os pássaros.

Investigadores do Departamento de Agricultura do estado da Pensilvânia e de outros estados norte-americanos vêem realizando provas baseado em dados geográficos para compreender a magnitude do problema e para constatar se existem vínculos com a desordem do colapso de colônias.

Porém, outros cientistas alegam que há escassa evidência de que a toxina Bacillus thuringiensis, produzida por cultivos geneticamente modificados, seja uma das causas das mortes massivas de abelhas.

Segundo o Science Daily, uma equipe de cientistas do Centro Químico Biológico Edgewood e da Universidade da Califórnia em São Francisco identificaram um vírus e um parasita que são os prováveis culpados das recentes mortes.

Foi apenas nesta semana que o Grupo de Trabalho sobre o Colapso de Colônias na Universidade do Estado da Pensilvânia apresentou conclusões claras sobre quais podem ser as causas.

Em julho de 2007, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos difundiu um plano de ação sobre a desordem do colapso de colônias que declara: "A estratégia atual para abordar (este mal) envolve quatro componentes principais: 1) pesquisas e coleta de dados; 2) análise de amostras; 3) investigações guiadas por hipóteses e 4) ações preventivas e de mitigação".

Mariano Higes, cientista radicado na central cidade espanhola de Guadalajara, concluiu que as abelhas européias que sofrem desordem do colapso de colônias são vítimas do fungo Nosema ceranae.

A equipe de pesquisadores liderada por Higes estuda este tema desde 2000 e assim pôde descartar qualquer outra causa. Cientistas dos Estados Unidos declararam que embora esse possa ser um fator, não é o único que gera a desordem.

Eric Mussen, especialista em apicultura da Universidade de Califórnia Davis, acredita que pequenas variações no estado do tempo causadas pela mudança climática poderiam afetar a água, o néctar e o pólen dos quais as abelhas dependem. Mussen também alega que as abelhas têm muitos vírus, mas são seus sistemas imunológicos debilitados que as deixam suscetíveis à morte.

Os primeiros casos se tornaram públicos no final de 2006. Desde então, as especulações variam acerca das causas, indo desde uma diversa série de teorias que incluem os novos pesticidas, os cultivos geneticamente modificados, os produtos agrícolas, a mudança climática, os vírus e os telefones celulares.

Calcula-se que, nos anos 40, na América do Norte havia cinco milhões de colônias de abelhas administradas. Agora há apenas cerca de dois milhões. As condições climáticas adversas e os furacões também contribuíram com as fortes perdas de colônias de abelhas nos últimos anos.

Por exemplo, a temporada de amêndoas começa em fevereiro para as abelhas. É uma estação fria na América do Norte, o que pode afetar sua resistência. A economia da temporada de amêndoas é particularmente lucrativa para os apicultores.

A criação migratória de abelhas também está muito difundida nos Estados Unidos. Os apicultores ganham mais dinheiro alugando abelhas para a polinização que com a produção de mel.

Freqüentemente os apicultores mudam suas colônias para Flórida, Texas (sul), Califórnia (oeste) e outros estados. A criação migratória de abelhas é implementada nos Estados Unidos desde 1908.

A mudança climática também poderia ser um fator de enfraquecimento das abelhas afetando a polinização de cultivos em muitas áreas agrícolas da América do Norte.

O valor dos cultivos para os quais as abelhas são as principais polinizadoras se calcula por volta dos 15 bilhões de dólares nos Estados Unidos. Somente a indústria das amêndoas, que depende da polinização das abelhas, vale 1,5 bilhão de dólares.

As abelhas produtoras de mel não são nativas da América do Norte. Ainda que as plantas autóctones possam sobreviver sem elas, a polinização das abelhas é fundamental para cultivar frutas e verduras como maçãs, cerejas, tomates, abóboras e muitos outros cultivos.

"Certamente está ocorrendo algo nos Estados Unidos e é difícil dizer se isso se deve a uma bactéria ou a um fungo. É difícil detectá-lo com os métodos atuais", explicou Leonard Foster, professor assistente de bioquímica na Universidade de Columbia Britânica.

"Poderiam ser vários fatores combinados, mas são difíceis de verificar neste momento: mudança climática, antibióticos ou o uso de pesticidas onde as abelhas podem pousar. Temos vários antecedentes históricos que mostram que existem flutuações nas colméias a cada sete ou oito anos, que são afetadas pelas condições climáticas e pelos rendimentos dos cultivos. Ainda é muito cedo para tirar conclusões", agregou.

"Nos últimos tempos não temos ouvido muitos casos, já que estamos no verão. As perdas parecem estar associadas ao inverno, pois é o fim natural do ciclo de vida de uma colônia", disse Troy Fore, presidente da Federação de Apicultores Norte-Americanos.

"Eu fico sabendo através dos apicultores, mas muitos foram prejudicados no começo do ano. As colônias afetadas não são tão produtivas. Porém, ainda não temos uma arma fumegante", concluiu.
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Am Johal
Escreve para o jornal El Pais. Este artigo é parte de uma série sobre desenvolvimento sustentável produzida em conjunto por IPS (Inter Press Service) e IFEJ (siglas em inglês de Federação Internacional de Jornalistas Ambientais)

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Beecalypse Now


The word is out about the impending beecalypse, apparently. For a long time, anytime I told anyone I was a beekeeper, their first question would be "do you ever get stung?" In the past few weeks, however, this query has been eclipsed by a slightly more excited "The bees, they're disappearing! Where are they going?"

Colony Collapse Disorder (previously covered on this blog in Don't Answer!, Silent Spring, Stephen Hawking-style, Bee Phage and Bee Thieves and The End is Nigh), aka Vanishing Bee Syndrome, aka Marie Celeste Syndrome, has captured the public's imagination (or perhaps it's merely given bored people something more interesting to say to me then "do you ever get stung).

As a quick summary for those just joining us, CCD is a mysterious ailment that is making hives disappear across North America (up to 70% of hives in some places). Some European beekeepers have said they seen it, as well, but it's not clear whether that may not just be a case of glomming onto a high-profile name for a common occurence.

Given the questions, I thought it might be useful to give a quick summary of the theories that are out there and status.

  • High Fructose Corn Syrup: It ain't good for you, it ain't good for the bees. Beekeepers feed their hives sugar syrup or corn syrup to get them off to a good start in spring-time, when there their productivity may be limited by nectar supplies. There is some speculation that the same "bad nutrition" factors that make HFCR bad for humans may make it bad for bees. Probably true, but CCD has been seen in colonies not fed HFCS, so this is unlikely. For the record, I use cane sugar and water.
  • GMOs: They ain't good for the environment, they ain't good for the bees. The theory here is that something in the genetically modified crops isn't sitting well with the bees. While there are a variety of suggestive studies, the meat of this assertion comes from the fact that GMOs are much more prevalent in the US then elsewhere in the world, and the US is where CCD has raised its head. I'm no fan of GMOs, but I'm also no fan of witch hunts. For the record, there are no genetically modified crops in my back yard.
  • Pesticides: They ain't good, they just ain't good. Bees eat flower nectar, flower nectar is covered in pesticides, pesticides are bad for you. Your honor, I rest my case. OK, not that simple, as pesticides have been around for a while, and we're just now seeing a major die-off. However, there is some recent evidence that nicotine-based pesticides may be killing bees. Turns out that in addition to giving you that warm, relaxed feeling with a cup of coffee or after a romp in the hay, nicotine is what tobacco plants produce as a natural parasite repellent. Some companies took the hint and manufactured pesticides out of it. Other companies produced advertisements of puffy-lipped women holding it seductively. I don't smoke.
  • Cell phones: Oh, relax people. Please don't talk on your phone while you're driving, but cell phones aren't doing anything to the bees. Even the researchers behind the original story say so. And yes, I have a cell phone.
  • Carsickness: No, I'm not joking. Well, OK, a little. You see, big time beekeepers with hundreds of hives move them around by truck to orchards and farms, so they can pollinate the crops (farmers pay the beekeepers for the...servicing). Some think that all this moving around, getting locked into boxes and reorienting to a new place may be addling the little bees brains. Seems reasonable, except why would it be such a big deal now? No, I won't bring my bees to your garden.
  • There's a fungus among us: Nosema ceranae to be precise. N. Ceranae is a close relative of Nosema Apis, a well known fungus that is usually treated with the chemical fumagillin. According to the L.A. Times, N. Ceranae has been found in bees that appear to have died from CCD, but the researchers are hedging their bets: the results are "highly preliminary". It is "one of many pathogens" in the bees, "by itself, it is probably not the culprit … but it may be one of the key players." I don't use fumagillin on my bees.
  • Alien Zombie Superbees: Previously covered here. Aluminum hats required.
  • Bee Rapture: "Listen, I will tell you a mystery! We will not all die, but we will all be changed, in a moment, in the twinkling of an eye, at the last trumpet. For the trumpet will sound, and the dead will be raised imperishable, and we will be changed." (1 Corinthians 15:51–52). That. Except for bees.

That's all, hope it was helpful. OK, not quite all. There was another theory offered by Etta Hulme, forwarded on to me by Joe Smith:


Bee colony collapse disorder is ag threat

By Bonnie Coblentz

MISSISSIPPI STATE -- An unknown enemy is destroying honey bee colonies across the nation, and researchers are scrambling to discover what is causing it and how it can be prevented.

Top photo: A honeybee. Bottom photo: A bee hiveThe problem is being called colony collapse disorder, and it was identified in late 2006. Hives with the disorder go from a robust colony with a large adult bee population to an empty hive with the queen and brood abandoned in the space of a few weeks.

Clarence Collison, Mississippi State University Extension Service entomologist and head of MSU’s Department of Entomology and Plant Pathology, said the colonies are collapsing without leaving quantities of dead bees to study.

A workforce composed of state apiculturists, or scientists who study honey bees, personnel from state departments of agriculture and the U.S. Department of Agriculture’s Agricultural Research Service are investigating the problem, collecting samples and dissecting dead bees to learn about the problem.

“They’re finding a lot of pathogens in the adult bees. Most of these pathogens are related to stress diseases,” Collison said. “We firmly believe the bees are under some type of stress, and a scientist at Penn State has been able to show that these bees have suppressed immune systems.”

When colony collapse disorder strikes, beekeepers can lose up to 90 percent of their hives in a very short time.

“Ultimately it will affect fruit and vegetable production if we don’t have adequate pollination forces,” Collison said. “Bees pollinate many plants that affect wildlife and birds, so it’s not just our diet that would suffer if bee populations are decimated.”

Similar phenomena have been recorded before under such names as spring dwindling, disappearing disease and autumn collapse. Collison cited a similar collapse in 1896, and he recalled problems like this in the mid-1970s and early 1990s.

“These are somewhat cyclical. Each time we go through one, it seems like the worst, but this one seems definitely the worst in my time,” Collison said.

Richard Adee is owner of Adee Honey Farms, a bee-breeding operation in Woodville. He is the largest beekeeper in the nation, and annually takes his bees to California to pollinate the almond crop before bringing them back to Mississippi to split and requeen his colonies.

“If they would just come home and die, then we could diagnose the problem,” Adee said.

In late March, Adee was in Washington, D.C. for the congressional hearing on honey bee colony collapse disorder. He said bees are very important to several agriculture industries as they provide the pollination that allows crops to produce.

“At one time, honey drove this industry. Now it’s pollen,” Adee said. “Every third bite we take is from a bee-pollinated nut or flower.”

Harry Fulton, state entomologist with the Mississippi Department of Agriculture’s Bureau of Plant Industry, said Mississippi’s agriculture is not as dependent on bee pollination as is the agriculture in some states.

“In Mississippi, we have $250 million a year in crops that rely on bee pollination. Nationally, a Cornell University study said the value of bee pollination is $14.7 billion annually,” Fulton said.

While no cause or trigger for the disorder has been identified, researchers have several suspects. These include pesticides, including imidacloprid, a systemic insecticide used extensively in fruit and vegetable production; parasitic mites and the viruses they can transfer to their hosts; chemicals used to control bee mites; and a new nosema disease of Western honey bees, which is a disease caused by protozoa.

Fulton said dry weather across the nation last year probably hurt the quality of pollen produced. Pollen provides the nutrition bees need to survive. Poor nutrition would stress the bees’ bodies, making them susceptible to other factors, such as the cold weather of winter.

“The scientists haven’t yet decided what is causing the problem, but it may be a deadly combination of stress on the bees and one of these other factors that normally is not pathogenic,” Fulton said. “If we know what it is and what causes it, we might be able to do something to predict when it’s going to happen and stop it.”

Colony collapse disorder has mostly appeared in Florida and up the East Coast to Pennsylvania, but beekeepers nationwide are concerned, especially those who transport their hives across the country to pollinate crops. Fulton, who is secretary/treasurer of the Mississippi Beekeepers Association, said Mississippi has two migratory beekeepers in the state, and one of them has been devastated by the disorder.

Colony Collapse Disorder isn´t just for the bees

In the past 35 years, approximately half of the U.S. honey bee colonies have disappeared. This loss has been attributed to a cummulative effect from causes such as urbanization, pesticide use, mites, and commercial beekeepers retiring or going out of business. Between 2006 and 2007, losses have increased dramatically and a new term, Colony Collapse Disorder , has been created to give the bees a complex. Only kidding, yet “disorder” does seem to hold the bees responsible for their population decline when current evidence supports human impact.

It says here, pollinators are required for producing 15-30% of the human food supply, and farmers rely on managed honey bees throughout the world to provide these services. Everything is connected, so it seems that helping bees would be helping humans.

In aknowledgement, Sen. Barbara Boxer, D-Calif., introduced legislation Tuesday to fund research into the die-off of millions of honeybees in the United States. The Pollinator Protection Act would authorize $89 million in federal funding for a research and grant program at the U.S. Department of Agriculture over five years, for work related to maintaining the bee population as well as native pollinators.


HONEY BEE DIE-OFF ALARMS BEEKEEPERS, CROP GROWERS AND RESEARCHERS

During 2006, an alarming number of honey bee colonies began to die across the continental United States. Subsequent investigations suggest these outbreaks of unexplained colony collapse were experienced by beekeepers for at least the last two years. Reports of similar die offs are documented in beekeeping literature, with outbreaks possibly occurring as long ago as 1896. The current phenomenon, without a recognizable underlying cause, has been tentatively termed “Colony Collapse Disorder” (CCD), and threatens the pollination industry and production of commercial honey in the United States.

To better understand the cause(s) of this disease and with the hope of eventually identifying strategies to prevent further losses, a group of researchers, extension agents, and regulatory officials was formed. This group represents a diverse number of institutions including Bee Alert Technology, Inc. (a bee technology transfer company affiliated with the University of Montana), The Pennsylvania State University, the USDA/ARS, the Florida Department of Agriculture, and the Pennsylvania Department of Agriculture.

Broadly this group has identified its mandate as: “Exploring the cause or causes of honey bee colony collapse and finding appropriate strategies to reduce colony loss in the future”.

UNIVERSITY PARK, Pa. -- An alarming die-off of honey bees has beekeepers fighting for commercial survival and crop growers wondering whether bees will be available to pollinate their crops this spring and summer.

Researchers are scrambling to find answers to what's causing an affliction recently named Colony Collapse Disorder, which has decimated commercial beekeeping operations in Pennsylvania and across the country.

"During the last three months of 2006, we began to receive reports from commercial beekeepers of an alarming number of honey bee colonies dying in the eastern United States," says Maryann Frazier, apiculture extension associate in Penn State's College of Agricultural Sciences. "Since the beginning of the year, beekeepers from all over the country have been reporting unprecedented losses.

"This has become a highly significant yet poorly understood problem that threatens the pollination industry and the production of commercial honey in the United States," she says. "Because the number of managed honey bee colonies is less than half of what it was 25 years ago, states such as Pennsylvania can ill afford these heavy losses."

A working group of university faculty researchers, state regulatory officials, cooperative extension educators and industry representatives is working to identify the cause or causes of Colony Collapse Disorder and to develop management strategies and recommendations for beekeepers. Participating organizations include Penn State, the U.S. Department of Agriculture, the agriculture departments in Pennsylvania and Florida, and Bee Alert Technology Inc., a technology transfer company affiliated with the University of Montana.

"Preliminary work has identified several likely factors that could be causing or contributing to CCD," says Dennis vanEngelsdorp, acting state apiarist with the Pennsylvania Department of Agriculture. "Among them are mites and associated diseases, some unknown pathogenic disease and pesticide contamination or poisoning."

Initial studies of dying colonies revealed a large number of disease organisms present, with no one disease being identified as the culprit, vanEngelsdorp explains. Ongoing case studies and surveys of beekeepers experiencing CCD have found a few common management factors, but no common environmental agents or chemicals have been identified.

The beekeeping industry has been quick to respond to the crisis. The National Honey Board has pledged $13,000 of emergency funding to the CCD working group. Other organizations, such as the Florida State Beekeepers Association, are working with their membership to commit additional funds.

This latest loss of colonies could seriously affect the production of several important crops that rely on pollination services provided by commercial beekeepers.

"For instance, the state's $45 million apple crop -- the fourth largest in the country -- is completely dependent on insects for pollination, and 90 percent of that pollination comes from honey bees," Frazier says. "So the value of honey bee pollination to apples is about $40 million."

In total, honey bee pollination contributes about $55 million to the value of crops in the state. Besides apples, crops that depend at least in part on honey bee pollination include peaches, soybeans, pears, pumpkins, cucumbers, cherries, raspberries, blackberries and strawberries.

Frazier says to cope with a potential shortage of pollination services, growers should plan well ahead. "If growers have an existing contract or relationship with a beekeeper, they should contact that beekeeper as soon as possible to ascertain if the colonies they are counting on will be available," she advises. "If growers do not have an existing arrangement with a beekeeper but are counting on the availability of honey bees in spring, they should not delay but make contact with a beekeeper and arrange for pollination services now.

"However, beekeepers overwintering in the north many not know the status of their colonies until they are able to make early spring inspections," she adds. "This should occur in late February or early March but is dependent on weather conditions. Regardless, there is little doubt that honey bees are going to be in short supply this spring and possibly into the summer."

A detailed, up-to-date report on Colony Collapse Disorder can be found on the Mid-Atlantic Apiculture Research and Extension Consortium Web site at http://maarec.org.

Pollination Background

Many valuable crops benefit from insect pollination; the transfer of pollen from the male parts of a flower to the female part of a flower. Cross-pollination is the transfer of pollen among different plants or varieties of the same species. This process increases fruit yield and, often, the size of the fruit. Honey bees are important pollinators because they can be managed and easily moved to crop sites. In the United States, the added value to agriculture from honey bee pollination is over $14 billion annually, and many beekeepers earn extra income from renting colonies for pollination. In Georgia, bee hives are rented to pollinate apples, blueberries, cucumbers and watermelons. Professional recommendations vary for the number of hives needed for good pollination, but for these crops 1-2 colonies per acre is commonly used. If the pollen is compatible, fertilization of the ovule and seed formation occur. Generally, more seeds develop when large numbers of pollen grains are transferred. Seeds, in turn, stimulate surrounding ovary tissue to develop so that, for example, an apple with many seeds will be larger than one with fewer seeds. In this way, good pollination improves both fruit yield and size.

Many insects visit flowers to collect pollen and nectar as food. As they forage, these insects spread pollen grains among flowers, accomplishing pollination. Many flowers offer sugary liquid nectar as an added enticement for these pollinating insects. Among insect pollinators, bees are especially efficient because they eat pollen and nectar exclusively, visit many flowers of the same species during a single trip, and have hairy bodies which easily pick up pollen grains.

There are over 3000 species of bees in North America. Most of these are solitary bees, but a well-known minority are social, that is, they live together in colonies and cooperate in colony tasks. Both solitary and social species are important in crop pollination, but the social species - namely honey bees and bumble bees - are more easily managed.

Compared to honey bees, some wild bees pollinate certain crops more efficiently because of unique and desirable behaviors. For example, Southeastern blueberry bees buzz-pollinate blossoms by shaking pollen from the flower with high frequency muscle vibrations; for blueberry, this greatly improves pollination efficiency.

In many parts of the country, fruit and vegetable growers are concerned about declining numbers of wild bees. Human activities destroy bee habitat and forage. Generally, growers are receiving less "free" pollination from wild bees and increasingly they must make up for this by renting managed honey bee hives during bloom periods.

U.S. Honey Bees Disappearance
Colony Collapse Disorder
April 2,2007-Bee numbers on parts of the east coast and in Texas have fallen by more than 70 percent, while California has seen colonies drop by 30 to 60 percent.

According to estimates from the US Department of Agriculture, bees are vanishing across a total of 22 states, and for the time being no one really knows why.

The situation is so bad, that beekeepers are now calling for some kind of government intervention, warning the flight of the bees could be catastrophic for crop growers. Domestic bees are essential for pollinating some 90 varieties of vegetables and fruits, such as apples, avocados, and blueberries and cherries.


 
Colony Collapse Disorder (CCD) is the name that has been given to the latest, and what seems to be the most serious, die-off of honey bee colonies across the country. It is characterized by, sudden colony death with a lack of adult bees in/in front of the dead-outs. Honey and bee bread are usually present and there is often evidence of recent brood rearing. In some cases, the queen and a small number of survivor bees may be present in the brood nest. It is also characterized by delayed robbing and slower than normal invasion by common pests such as wax moth and small hive beetles.

USDA anuncia un plan de investigación sobre el desorden del colapso de las colonias de abejas


Por Kim Kaplan
13 de julio 2007

WASHINGTON, 13 de julio del 2007 -- Gale Buchanan, el Subsecretario de Investigación, Educación y Economía para el Departamento de Agricultura de EE.UU. (USDA por sus siglas en inglés) hoy anunció que los investigadores del USDA han desarrollado un plan de acción de investigación para abordar el problema del desorden del colapso de las colonias de abejas (CCD por sus siglas en inglés). El plan está disponible en Internet en: www.ars.usda.gov/is/br/ccd/ccd_actionplan.pdf

"Hubo suficiente abejas de miel para proveer polinización para la agricultura estadounidense este año, pero los apicultores podrían enfrentar un problema serio en el próximo año y en adelante", dijo Buchanan. "Este plan de acción provee una estructura coordinada para asegurar que todas las investigaciones necesarias son realizadas para resolver el problema del CCD".

El plan de acción coordina la estrategia federal sobre el CCD. Se enfoca en cuatro componentes principales: 1) necesidades de colección de evaluaciones y datos; 2) análisis de muestras para determinar la frecuencia de varias plagas y patógenos, exposición a pesticidas, y otros factores inusuales; 3) investigaciones controladas para analizar cuidadosamente las causas potenciales del CCD; y 4) desarrollo de nuevos métodos para mejorar la salud general de las abejas y de este modo reducir su susceptibilidad al CCD y otros desórdenes.

Cuatro categorías de causas posibles para CCD son identificadas en el plan: 1) nuevos o re- emergentes patógenos, 2) nuevas plagas o parásitos de abejas, 3) tensiones ambientales y/o nutritivas, y 4) pesticidas. Las investigaciones se enfocarán en determinar cuáles de estos candidatos son causas contribuyentes de CCD, individualmente o en combinación.

CCD apareció como un problema comenzando en el invierno del 2006-2007 cuando algunos apicultores empezaron a reportar pérdidas de 30 a 90 por ciento de sus colmenas. Aunque pérdidas de colonias no son inesperadas durante el invierno, la magnitud de pérdidas sufridas por algunos apicultores fue altamente inusual.

Actualmente no hay una causa reconocible para CCD. El síntoma principal es encontrar ninguna o una cantidad baja de abejas de miel adultas presentes con ningunas abejas muertas en la colmena. A menudo todavía hay miel en la colmena y abejas inmaduras están presentes.

La polinización es un elemento imprescindible en agricultura, ya que las abejas de miel polinizan más de 130 cultivos en EE.UU. y agregan un valor de 15 mil millones de dólares anualmente a los cultivos.

El plan de acción de investigación fue desarrollado por un comité de CCD encabezado por Kevin Hackett, líder del programa nacional para abejas y polinización para el Servicio de Investigación Agrícola (ARS), la agencia principal de investigaciones científicas del USDA; H.J. Rick Meyer, líder del programa nacional para sistemas de plantas y animales para el Servicio Cooperativo Estatal de Investigación, Educación e Instrucción (CSREES por sus siglas en inglés) del USDA; y Mary Purcell-Miramontes, líder del programa nacional para entomología, nematología y el manejo biobasado de plagas para CSREES. El comité también incluyó otros expertos federales y universitarios.

Aun antes de terminar este plan de investigación, intentos considerables de investigación han sido enfocados en estudiar el CCD.

Atribuyen a un virus la desaparición masiva de abejas en Estados Unidos


6th September 2007


Una investigación desarrollada en Estados Unidos habría encontrado una estrecha vinculación entre un tipo de virus y la enfermedad que, desde hace casi un lustro, diezma las colonias de abejas productoras de miel (apis cerana) de Estados Unidos. Los resultados aparecen publicados hoy en la revista ‘Science’.

La enfermedad es conocida como ‘Desorden del Colapso de la Colonia’ (CCD en sus siglas en inglés), y ha tenido efectos demoledores. Habría afectado al 23% de los apicultores estadounidenses; y en algunos casos habría supuesto la desaparición del 90% de las colmenas. La investigación realizada habría permitido identificar el patógeno responsable: un virus denominado Virus Agudo de la Parálisis de Israel (IAPV por sus siglas en inglés), llegado a Estados Unidos desde Australia.

Los investigadores han encontrado el virus invasor en la mayoría de las colonias afectadas, y en casi ninguna de las sanas. El virus, que fue identificado en Israel, afecta a las abejas provocándolas un temblor en las alas, una progresiva parálisis y su posterior muerte.

Si la investigación culminase con éxito, podría dar lugar a importantes indemnizaciones del Gobierno australiano a los apicultores de Estados Unidos, pues las colmenas con esas abejas fueron importadas desde allí para polinizar las cosechas frutícolas de California.

Sin embargo, la investigación está todavía en una fase preliminar y cuenta con numerosos detractores, que sin descartar el virus, añaden otras causas que pueden haber afectado al sistema inmunólogico de estos insectos. Apuntan de que el uso masivo de plaguicidas e insecticidas puede hacer más sensibles a las abejas a otros agentes patógenos, dicen los detractores. De este modo, la aparición del virus sería la consecuencia antes que la causa de la enfermedad.

domingo, 30 de setembro de 2007

Cientistas atribuem morte de abelhas nos EUA a vírus

WASHINGTON - Detetives científicos têm um novo suspeito na norte de bilhões de abelhas melíferas nos Estados Unidos: um vírus até então desconhecido no país.

Pesquisadores informam ter utilizado uma nova técnica genética e análises estatísticas para identificar o vírus israelense da paralisia aguda como o mais recente culpado potencial na morte generalizada de abelhas operárias, fenômeno batizado de distúrbio de colapso da colônia.

O próximo passo é tentar infectar abelhas deliberadamente com o vírus, para ver se ele realmente causa a morte.


"Pelo menos, agora temos uma pista para seguir. Podemos usar isso como um marcador, usá-lo para investigar se, de fato, causa a doença", disse um dos autores do trabalho, o epidemiologista W. Ian Lipkin, da Universidade Columbia. Detalhes do trabalho aparecem na edição online da revista Science, Science Express.

Especialistas reforçam que parasitas, pesticidas e má nutrição continuam na lista de suspeitos, bem como o estresse de viagem: apicultores dos EUA deslocam as abelhas pelo país, para que polinizem as lavouras que florescem em cada estação.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O sumiço das abelhas

Rui Nogueira

Nas plantas alógamas o pólen de uma flor vai ao estigma, porção terminal do órgão feminino da planta destinada a recolhê-lo e sobre o qual ele germina, levado por insetos.

Nesta tarefa, as abelhas são muito ativas e mais de 60% da fecundação pela polinização tem a interferência delas.

Isto é tão importante que, no USA, os apicultores têm uma renda apreciável pelo aluguel de suas colônias itinerantes na época das florações (amêndoas, cítricos, mostarda).

Surgiu, agora, uma denúncia da Associação de Apicultura Americana, que revela um problema com gravidade nunca vista no mundo.

As abelhas estão desaparecendo: abandonam as colméias deixando para trás até a rainha, mas não se acha vestígio do que lhes pode ter sido mortal.

O problema atinge 30 dos estados ianques, segundo o presidente da Federação de Apicultores dos Estados Unidos, Walter Haefeber. Na Alemanha, a revista Der Spiegel diz que o mesmo acontece por lá, mas faz o jogo do monopólio dos meios de comunicação, falando da “crise ecológica”, e sempre inocentando as grandes corporações.

O denominado Colapso das Colônias de Abelhas tem consequência de imensa magnitude no cenário de destruição cometido pelo imperialismo contra os povos. Sem abelhas não há polinização, não se formam os frutos e suas sementes. A descendência é bloqueada, acabam as plantas, os animais desaparecem.

Como o homem poderá sobreviver? De acordo com os cientistas, sem as abelhas, em cinco anos o homem desapareceria do planeta.

Quais seriam as causas da trapalhada?

O argumento imperialista diz que um ácaro Varroa, oriundo da Ásia e que parasita a abelha, é o responsável pelo seu desaparecimento. Esta hipótese exige, porém enorme quantidade de ácaros. Outros falam de uma evidência da diminuição da imunidade das abelhas, havendo até quem se atreva a chamar a doença de “AIDS das abelhas”. Assim é a imprensa do imperialismo. Tantas mentiras e especulações para ocultar as causas de sempre...

Há razões mais concretas, como o uso desmedido de herbicidas. Estimulados pelas corporações transnacionais, agricultores borrifam até flores silvestres.

Outra causa: as monoculturas impostas pelos projetos transnacionais (que têm origem principalmente nos negócios do capital monopolista e improdutivo) também são apontadas como causadoras do sumiço das abelhas, consumindo a biodiversidade e limitando terrivelmente os períodos de floração com pólen disponível.

O estudo de algumas abelhas mortas revelou a presença de mais de uma infecção bacteriana, além da presença de fungos.

Pesquisas realizadas no USA e em uma Universidade alemã apontam para alterações nos organismo das abelhas como a causa da doença, admitindo a hipótese de que há relação dos transgênicos com este surpreendente e extraordinário problema. Tudo acontece em áreas de monocultura em que não existem matas nativas e com plantações extensas de transgênicos.

As mais fortes evidências para o colapso das colméias com desaparecimento das abelhas indicam como causa os transgênicos em especial os do milho Bt.

Quase todas as pesquisas atuais estão direcionadas para o interesse do capital monopolista, especulativo e rentista das transnacionais financeiras. Não há preocupação com o ser humano, suas condições de vida e o ambiente natural.

O professor Nagib Nassar, cientista titular de genética da Universidade de Brasília manifesta, no “Jornal da Ciência”, preocupação com a liberação do milho transgênico pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança — CNTBio. Seu colega Aluízio Borém, do departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa —UFV, membro da CTNBio, informa que havendo aprovação pelo Conselho Nacional de Biotecnologia, um monitoramento do cultivo se tornará obrigatório.

Quer dizer, liberado o direito de matar, todavia com monitoramento.

Claro que sim. Vamos aos fatos:

As abelhas estão sumindo. Sem elas não há polinização.

Todas as plantas que têm a sua reprodução por polinização por insetos serão afetadas.

É inadmissível que ante a mais leve dúvida de que o transgênico pode acabar com a própria sobrevivência da humanidade (mais uma vez teremos de esperar para constatar o óbvio, entre tantos crimes contra a natureza e contra os povos?) se permita a sua disseminação em larga escala.

Uma curiosa observação se apresenta agora: já existem árvores geneticamente modificadas, e o eucalipto, entre elas, é a que maior interesse desperta.

Se a doença das abelhas pode ser provocada pelo pólen dos transgênicos, o eucalipto — que é um deserto verde alterando lençóis freáticos e todo o ambiente natural e sua monocultura oferece um só emprego em cada 180 hectares (!) —, além de todas as graves conseqüências por não produzir alimentos e oferecer pouquíssimos empregos, que benefício traz para a humanidade, além de cadáveres?

Quem possibilita ou facilita uso dos transgênicos, ainda insuficientemente estudado, deveria ser processado por crime de lesa-humanidade — se tal crime não existisse, deveria ser estabelecido.


Rui Nogueira é médico-pesquisador e escritor.
Portal: www.nacaodosol.org
Endereço eletrônico:
rui.sol@ambr.com.br


Colméias às Moscas



O preço do mel vai aumentar muito nos próximos anos”, avisa a vendedora Raquel ao oferecer o produto numa feira livre em Campinas, no interior de São Paulo. O assunto em torno de sua barraca era o programa de televisão que dias antes alertava para o desaparecimento em diferentes regiões do mundo das abelhas da espécie Apis mellifera, responsáveis pela produção comercial de mel. Detectado inicialmente na Europa em 2006, o problema já se alastrou pelos Estados Unidos – onde atinge 30 dos 50 estados, o suficiente para ser considerado uma epidemia – e começa a ser observado, embora em menor escala, nas regiões produtoras de mel no Brasil.

“A morte em massa de abelhas não é novidade e acontece periodicamente”, conta Constantino Zara Filho, presidente da Associação Paulista de Apicultores Criadores de Abelhas Melíficas Européias (Apacame). Mas a mortandade observada nos últimos meses nos Estados Unidos e na Europa chama a atenção pelo número de colméias dizimadas: alguns criadores tiveram mais de 80% das colméias completamente esvaziadas por causa da morte súbita das abelhas.

No Brasil, David de Jong, especialista em patologia de abelhas do Departamento de Genética da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto (FMRP-USP), investiga os indícios desse distúrbio do colapso das colônias (CCD, na sigla em inglês) e constata que houve um agravamento nas doenças das abelhas no país, com alguns dos sintomas de CCD. Mas até o momento o impacto foi menor porque, diz ele, “temos uma abelha mais rústica e resistente”.

Algumas características dessa síndrome deixam os especialistas intrigados. Uma delas é que as abelhas simplesmente somem sem deixar sinais – não são encontradas mortas na entrada da colméia como acontece em outras doenças. Outra característica é que num primeiro momento a síndrome elimina somente abelhas especializadas em buscar pólen e néctar. “Inicialmente encontramos a rainha, pouquíssimas abelhas adultas e bastante cria (larvas e pupas), mas, sem as adultas para coletar alimento e cuidar da cria, a colônia rapidamente definha e morre”, explica De Jong.

Insetos preciosos - A morte súbita de colméias inteiras não é um problema só para quem gosta de própolis e mel. Abelhas são essenciais para a polinização de vários tipos de planta. Por isso uma queda populacional muito acentuada pode gerar graves conseqüências ecológicas e econômicas. Nos Estados Unidos, o valor dos cultivos que dependem de polinização pelas abelhas é estimado em mais de US$ 14 bilhões – só as plantações de amêndoa da Califórnia mobilizam 1,4 milhão de colméias, alugadas pelos agricultores durante a floração. Segundo De Jong, há poucos anos o aluguel de cada colméia por um mês custava cerca de US$ 40. Agora esse preço varia entre US$ 150 e US$ 200. “E faltam colméias”, garante. Por isso os apicultores americanos têm importado milhares de abelhas australianas por ano.

São vários os suspeitos pela mortandade das abelhas. Já se acusaram – sem o apoio de dados científicos – a radiação de telefones celulares e o pólen dos cultivos transgênicos. Mais recentemente um esforço conjunto de pesquisadores tem levado a causas mais palpáveis, tanto nos Estados Unidos como no Brasil. Uma delas chegou recentemente às Américas – o protozoário Nosema ceranae, descoberto em abelhas asiáticas, que De Jong afirma já ser comum no Brasil, nos Estados Unidos e em partes da Europa. Uma outra espécie do mesmo protozoário que ataca o sistema digestivo das abelhas – Nosema apis – já é um velho conhecido dos insetos fabricantes de mel. “Esse parasita sempre existiu no Brasil e pode matar”, diz Zara Filho. “Mas não é preciso medicar as abelhas porque as abelhas africanizadas do Brasil têm uma boa resistência à infecção por esse microorganismo.” As abelhas do lado de cá do Atlântico não têm defesas contra o protozoário asiático e por isso, mesmo que não morram, se tornam mais suscetíveis a outras infecções, sobretudo por vírus.

Outro agressor identificado em colméias dizimadas é o ácaro Varroa destructor, que ataca até 10% das abelhas africanizadas brasileiras. Em condições normais a abelha usada na apicultura brasileira – que surgiu pela mistura de uma subespécie européia e uma africana – consegue resistir ao ácaro. De Jong afirma que, embora quase todas as colméias do Brasil estejam infectadas por esses parasitas, o ideal é não medicar as abelhas. A suscetibilidade a doenças tem um forte componente hereditário e, ao introduzir medicamentos, o apicultor favoreceria a sobrevivência das abelhas que sucumbem a esses problemas. “A natureza faz seleção para resistência a doenças melhor do que nós, pois mantém a variabilidade genética, eliminando somente os menos aptos”, lembra. Nesse caso, se o apicultor quiser dar uma mão à natureza, De Jong propõe substituir a rainha das colméias doentes – como ela é a mãe da colônia inteira, uma nova rainha trará à colméia um conjunto genético diferente, que pode contribuir para eliminar os genes responsáveis pela suscetibilidade a doenças.

Os parasitas, no entanto, não parecem ser os únicos responsáveis pela eliminação das abelhas. O consumo de grãos de pólen tóxicos como o barbatimão e infecções virais também têm uma parcela de culpa. De Jong vem investigando todos esses aspectos em colaboração com Dejair Message, da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, num projeto que investiga doenças virais de abelhas. Eles têm visto também que por aqui essa síndrome ainda não completamente explicada afeta não só Apis mellifera, mas abelhas sociais nativas, conhecidas como meliponíneas ou abelhas-sem-ferrão.

Os sintomas apresentados pelas abelhas agonizantes, porém, levam De Jong a suspeitar de que novos inseticidas usados na agricultura – o fipronil, vendido no Brasil como Regent, e o imidacloprid, Gaucho – sejam os inimigos mais implacáveis das colméias. Ambos são extremamente tóxicos para abelhas, razão por que a França, aliás, proibiu a comercialização do fipronil.

Síndrome nacional - Uma mortalidade inesperada aconteceu no meliponário Nogueira Neto em São Simão, interior de São Paulo, e foi observada dentro do projeto coordenado por Vera Lúcia Imperatriz Fonseca, da USP, que investiga o papel de abelhas nativas na polinização. De Jong examinou as colméias e abelhas mortas e não achou vestígios de doenças. “Os sintomas das abelhas que vi morrer foram similares aos observados na morte decorrente de inseticida: tentando voar, girando em círculos”, relata. Ele conta que pelo menos quatro espécies de abelhas nativas foram afetadas, além de colméias de abelhas africanizadas numa fazenda próxima. “Não há doença que atinja tantas espécies ao mesmo tempo”, afirma o geneticista da USP. Zara Filho, da Apacame, atribui o aumento do efeito de inseticidas sobre abelhas à expansão das plantações de cana-de-açúcar. “O pesticida é pulverizado de avião e se espalha por uma área ampla.”

No Brasil as reclamações ainda são esparsas, mas vêm se tornando mais freqüentes. A Apacame registrou mortandades em vários pontos do interior de São Paulo, distantes uns dos outros. De acordo com De Jong, os relatos de esvaziamento das colméias semelhantes ao colapso das colônias até agora se restringem às áreas onde a apicultura é intensiva: de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. “Estive recentemente no Nordeste e lá não parece haver problemas”, conta o pesquisador.

Até o momento, o colapso das colméias é um quebra-cabeça cujas peças não se encaixam completamente. Embora haja semelhanças entre os sintomas observados no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa, os especialistas ainda não podem afirmar que se trate da mesma síndrome. Para Fábia Mello, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Meio-Norte (Embrapa Meio-Norte), os rumores de sumiço de abelhas no Rio de Janeiro, Minas Gerais e no sul do país podem ser reflexo dos alarmes que vêm de outros países. “É importante que boatos sejam imediatamente desmentidos, pois deixam apicultores alarmados e acabam por prejudicar a comercialização do produto. Agora, caso seja diagnosticado o colapso das colméias no Brasil, é necessário que a notícia seja divulgada oficialmente aos apicultores e pesquisadores”, diz Fábia. “Estamos acompanhando de perto a situação nos Estados Unidos. Também interessa a eles acompanhar o que se passa aqui para compreender o que acontece por lá”, diz De Jong, que há pouco participou de reuniões de especialistas nos Estados Unidos – e mesmo assim continua longe de uma conclusão final.
Fonte: Revista Pesquisa Fapesp – no. 137

A morte das abelhas põe em perigo todo o planeta

Tradução de um texto de Paul Molga, com o título original «La mort des abeilles met la plànete en danger», publicado a 7 de Agosto no jornal económico francês Les echos. Ver o original:

http://www.lesechos.fr/info/energie...


Nota prévia:
Como é suposto que «Les echos», jornal económico e financeiro francês, algo equivalente ao Financial Times inglês, não pode ser acusado de ecologismo ou radicalismo, julgamos útil traduzir para português um artigo que acabou de ser publicado naquela tribuna de imprensa consultada diariamente pelos liberais e capitalistas franceses, constituindo ao mesmo tempo uma pequena contribuição para a desacreditação dos pseudo-ambientalistas (sejam os aprendizes de feiticeiro, sejam os afectados de senilidade mental) e os pseudo-cientistas que, sem escrúpulos, se colocam ao serviço das grandes empresas de biotecnologia e de um modelo de desenvolvimento suicida, em prejuízo de toda a Humanidade e da preservação da vida no planeta.

Que sirva também de pequena homenagem àqueles jovens, e menos jovens, que, com coragem e determinação, lutam pela defesa da natureza e da justiça ambiental no nosso mundo.




A morte das abelhas põe em perigo todo o planeta

As abelhas estão a desaparecer aos milhões em poucos meses. O seu desaparecimento pode ser um sinal de alarme para a sobrevivência da espécie humana

Trata-se de um epidemia inimaginável, de uma violência e amplitude jamais vista, aquela que está a desenrolar-se de colmeia em colmeia pelo planeta fora. Com origem na Florida ela propagou-se à maior parte dos Estados Unidos, depois ao Canada e à Europa, atingindo já em Abril passado Taiwan. Por todo o lado repete-se o mesmo cenário: milhões de abelhas abandonam de um momento para outro os cortiços das colmeias para nunca mais regressarem. Nenhum cadáver nas proximidades, nenhum predador ou potencial pretendente a ocupar o seu espaço foram encontrados e que podiam explicar o seu súbito procedimento.
Em poucos meses entre 60% a 90% das abelhas volatirizaram-se nos Estados Unidos, onde as últimas estimativas calculam que 1,5 milhões de colmeias num total de 2,4 de colónias de abelhas tenham desaparecido em 27 Estados. No Quebeque 40% das colmeias estão vazias.
Na Alemanha segundo a associação nacional dos apicultores um quarto das colónias foi dizimado com perdas que rondam os 80% em certas explorações. O mesmo se passa na Suíça, Itália, Portugal, Grécia, Áustria , Polónia e na Grã-Bretanha, país onde o síndroma foi baptizado com a designação de «fenómeno Maria Celeste», nome de um navio cuja tripulação se volatizou em 1872. Em França onde os aplicultores têm sofrido prejuízos elevados desde 1995 ( 300.000 a 400.000 abelhas por ano) e que levou à interdição do pesticida apontado como responsável nos campos de milho e de tornesol,a epidemia ganhou força com perdas entre 15% a 95%

«Síndroma de derrocada» (« Syndrome d’effondrement »)


Legitimamente inquietos os cientistas encontraram um nome à medida para estas deserções massivas: o «sindroma da derrocada» ou «colony collapse disorder». Não lhe faltam realmenete motivos de preocupação: é que 80% das espécies vegetais têm necessidade das abelhas para se fecundarem. Sem elas,não há polinização nem praticamente frutos e legumes. «Três quartos das culturas que alimentam a humanidade dependem delas», confessa Bernard Vaissière, especialista de polinização no INRA francês (Instituto Nacional de Pesquina Agronómica). Chegadas à Terra cerca de 60 mlhões de anos antes do homem, a Apis mellifera ( abelha de mel) é indispensável não só à sua economia como à sua sobrevivência. Nos Estados Unidos as 90 plantas alimentares que são polinizadas pelas abelhas significam colheitas avaliadas no valor de 14 mil milhões de dólares.
Serão os pesticidas os responsáveis? Um micróbio novo? As emissões electromagnéticas que perturbariam as nanopartículas de magntite existentes no abdómen das abelhas? «Ou será por causa da combinação de todos esses agentes» como diz o professor Joe Cummins da Universidade de Ontário. Num comunicado publicado este Verão pelo instituto Isis (Institute of Science in Society), uma ONG sedeada em Londres, e conhecida pelas suas posições críticas sobre a corrida desenfreada do progresso científico, afirma-se que «indíces sugerem que cogumelos parasitas utilizados na luta biológica e certos pesticidas do grupo das néonicotinóides, interagem entres si e em sinergia para provocae a destruição das abelhas». Para evitar a estrumação incontrolada as novas gerações de insecticidas envolvem as sementes para penetrarem de forma mais sistemática em toda a planta, transmitindo-se ao pólen que as abelhas levam às colmeias que acabam por ficarem envenenadas. Mesmo em concentrações fracas, diz aquele professor, o emprego deste tipo de pesticidas destrói as defensas imunitárias das abelhas. Por efeito de cascada, intoxicadas pelo principal principio activo utilisado – a «imidaclopride» ( admitida na Europa, mas fortemente contestada no outro lado do Atlântico, aquela substância é distribuída pela Bayer sob diferentes designações Gaucho, Merit, Admire, Confidore, Hachikusan, Premise, Advantage...) -, as abelhas tornam-se vulneráveis à actividades insecticida dos agentes patogéneos fungícedas pulverizados em complemento sobre as culturas.

Abelhas apáticas

Como prova, diz aquele investigador, temos os cogumelos parasitas da família dos Nosemas estarem presentes nos enxames de abelhas, apáticas, encontradas infectadas por meio-dúzia de vírus e micróbios.
Geralmente esses cogumelos são incorporados nos pesticidas químicos para combater os gafanhotos( Nosema Locustae), certas traças (Nosema bombycis) ou a pírale do milh (Nosema pyrausta). Mas eles viajam também ao longo das vias abertas pelas trocas mercantis, à imagem da Nosoma ceranae, um parasita transportado pelas abelhas da àsua que contaminou as suas congénres ocidentais que morreram em poucos dias.
É o que acaba de ser demonstrado por um estudo sobre o ADN de várias abelhas conduzido pela equipa de investigação de Mariano Higes em Guadalajara, província a leste de Madrid, conhecida por ser o centro espanhol da indústria de mel. «Esse parasita é o mais perigoso da família, explica. Pode resisitir tanto ao calor como ao frio e infecta um enxame ao fim de doius meses. Pensamos que 50% das nossas colmeias estão contaminadas». Ora a Espanha que conta com 2,3 milhões de colmeias representa um quarto das abelhas domésticas da União Europeia.
O efeito de cascada não pára aí. Ele continua igualmente entre os cogumelos parasitas e os biopesticidas produzidos pelas plantas geneticamente modificadas, assegura o professor Joe Cummins. Ele acaba de demonstrar que as larvas da pirale infectadas pela Nosema Pyrausta apresentam uma sensibilidade quarenta cinco vezes mais elevada que as toxinas das larvas saudáveis.
«As autoridades encarregadas pela regulamentação trataram do declínio das abelhas com uma visão estreita e limitada,ignorando as provas segundo as quais os pesticidas agem em sinergia com outros elementos devastadores», acusa de forma conclusiva. E não é só ele a tocar o sinal de alarme. Sem a interdição maciça dos pesticidas sistémicos, o planeta arrisca-se a assistir a um outro síndroma de derrocada, receiam os cientistas, o síndroma da derriçada da espécie humana.


Há 50 anos Einstein tinha insistido na relação de dependência entre as abelhas e o homem ao dizer: « No dia em que as abelhas desaparecerem do globo, o homem não terá mais que quatro anos de vida»


Tradução de um artigo publicado no jornal económico Les echos
http://www.lesechos.fr/info/energie...